O hino “Salve Regina” em latim, “Salve Rainha” em português, era frequentemente cantado pelos Templários (século XI, entre 1000 e 1100) antes das batalhas. Os Cavaleiros Templários eram uma ordem militar cristã medieval.
Como monges guerreiros, os Templários combinavam a vida monástica com o compromisso militar, e a Virgem Maria costumava ser invocada pelos Templários como uma fonte de proteção e orientação. Muitas outras comunidades católicas, durante a Idade Média, adotaram esse hino.
Origem lendária de “Salve Regina”:
A “Salve Regina” é tradicionalmente atribuída a Hermannus Contractus (também conhecido como Herman), um monge beneditino do século XI. No entanto, existe uma lenda que atribui a autoria deste hino a São Bernardo de Claraval, também conhecido como São Bernardo de Clairvaux o simplesmente “São Bernardo”, um monge cisterciense do século XII que foi um influente teólogo e pregador que se tornou um santo católico.
De acordo com essa lenda, Bernardo compôs o hino “Salve Regina” durante uma visita à catedral de Speyer na Alemanha. Quando ele chegou ao santuário da Virgem Maria na catedral, foi tomado por uma inspiração divina e começou a recitar as palavras contidas no “Salve Regina”.
São Bernardo (1090-1153) teve um papel importante na fundação e no desenvolvimento dos Cavaleiros Templários, uma das mais famosas ordens militares cristãs da Idade Média.
São Bernardo era um monge cisterciense e abade de Claraval, na França. Ele era conhecido por sua santidade, eloquência e influência na Igreja. Em 1119 ou 1120, Hugues de Payens, o primeiro mestre dos Templários, e seu pequeno grupo inicial de cavaleiros vieram até São Bernardo buscando seu apoio. São Bernardo não apenas deu seu apoio como também foi fundamental na elaboração da chamada Regra dos Templários, um conjunto de regras que regiam o comportamento dos membros da Ordem.
Salve Regina em Português:
Salve, Rainha, Mãe de Misericórdia,
vida, doçura e esperança nossa, salve!
A vós bradamos, os degredados filhos de Eva;
a vós suspiramos, gemendo e chorando
neste vale de lágrimas.
Eia, pois advogada nossa, esses vossos
olhos misericordiosos a nós volvei;
e depois deste desterro nos mostrai
Jesus, bendito fruto do vosso ventre.
Ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria.
Alfa e Ômega enviou dos céus
glorioso consolo aos miseráveis,
quando Gabriel, da mais alta hierarquia,
como padrinho diz em harmonia:
Salve, Virgem Maria.
Ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria.
Ó pastores, levantem-se por Deus,
diga o que vocês viram de Cristo.
Reis de Társis, da visão da estrela
sejam testemunhas na aparição:
Salve, Virgem Maria.
Ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria.
Fonte humilde, poço das águas,
rosa do mundo, esplendor estelar,
amêndoa de Arão frutífera,
seja a luz gloriosa para os que rezam:
Salve, Virgem Maria.
Salve Regina em Latim:
Salve regina misericordie
Vita dulcedo et spes nostra salve.
Ad te clamamus exules filii Eve.
Ad te suspiramus gementes et flentes
in hac lacrimarum valle.
Eya ergo advocata nostra, illos tuos
misericordes oculos ad nos convente
Et ihesum benedictum fructus ventris tui
nobis post hoc exilium ostende.
O clemens, o pia, o dulcis Maria.
Alpha et omega misit de superis
gloriosum solamen miseris,
cum Gabriel a summa gerarchia
paranimphus dicit in armonia:
Ave Virgo Maria.
O clemens, o pia, o dulcis Maria.
O pastores pro Deu surgite,
quid vidistis de Christo dicite.
Reges Tharsis de stella visione
sint testes in apparitione:
Ave Virgo Maria.
O clemens, o pia, o dulcis Maria.
Fons humilis, aquarum puteus,
rosa mundi, splendor sydereus,
amigdalus Aaron fructuosa,
precantibus esto lux gloriosa:
Ave virgo Maria.
Original: Le Chant des Templiers: VIII. Antiphona “Salve Regina” · Ensemble Organum · Marcel Pérès